Nova era no #AgoraÉQueSãoElas
Se o grande legado dos movimentos de mulheres do século 20 foram as conquistas no campo dos direitos civis, para o século 21 nosso desafio são os direitos políticos.
O Brasil amarga a posição de número 152 no ranking de presença feminina no parlamento, segundo dados da UIP. Não é coincidência o fato de estarmos na base da pirâmide do poder e no topo da pirâmide da violência. Precisamos transformar esta equação. E o #AgoraÉQueSãoElas quer ser parte da construção deste novo normal.
Nossa missão é ativar narrativas femininas e feministas para incidir na relação entre gênero e representatividade. Queremos dar visibilidade às mulheres no poder, inspirar novas lideranças, ampliar a participação de mulheres na política, aproximar representantes de representadas.
Acreditamos que a diversidade de gênero nos espaços de tomada de decisão tem como resultado políticas públicas que atendam melhor os vulneráveis, enfrente a desigualdade e estejam sintonizadas com a defesa dos direitos humanos.
No novo ciclo, deixamos de ser um coletivo e nos tornamos uma plataforma. Antonia Pellegrino é diretora criativa e executiva. Manoela Miklos e Antonia são editoras e curadoras do blog. Ana Carolina Evangelista e Alessandra Orofino se afastam, passam a ser consultoras afetivas.
Mas não estamos apenas no on-line! No off-line, teremos a segunda edição do Festival#Agora, idealizado e curado por Antonia Pellegrino. Sua primeira edição aconteceu em 2018, em São Paulo, atraindo um público de mil pessoas. Para 2019, dobramos de tamanho – serão dois dias no CCSP (21 e 22 de setembro) – e entramos para o calendário oficial da cidade. O festival pauta a cada ano um aspecto diferente da relação entre mulheres e poder.
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?
Foi em busca de um novo normal que nos reunimos, em 2015, numa articulação autônoma, independente, e tomamos a palavra. Ocupamos os espaços de fala garantidos aos homens nos meios de comunicação.
Durante a semana de ação #AgoraÉQueSãoElas, milhares de colunas e blogs assinados por homens foram ocupados por mulheres. Chegamos a ter 65 milhões de menções no twitter e ocupamos a bancada do Jornal Nacional com duas mulheres. O resultado foi um tsunami de vozes que, em coro, disseram: o corpo é nosso e a narrativa sobre a luta diária por liberdade e igualdade também deve ser.
O fruto maduro da ação foi a criação do coletivo #AEQSE, formado por Manoela Miklos, Antonia Pellegrino, Ana Carolina Evangelista e Alessandra Orofino. Juntas, fundamos o blog de mesmo nome, um espaço de curadoria para multiplicar a voz de mulheres em toda sua diversidade, abrigado pela Folha de S.Paulo http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/, editado e curado por Manoela e Antonia.
Em nossa primeira publicação, em janeiro de 2016, Djamila Ribeiro colocou em pauta a exploração do corpo da mulher negra na campanha Globeleza. Um ano depois, a campanha exibia diversas mulheres de cores, perfis e Estados diferentes.
Em março de 2017, nossa denúncia de assédio no caso Su Tonani foi parar no Jornal Nacional e na capa da Veja. A articulação que fizemos com a campanha #MexeuComUmaMexeuComTodas obteve mais de 4 milhões de menções nas redes, se tornando a maior campanha de virtual de enfrentamento à violência contra mulher. Pautamos o debate sobre assédio em escala nacional.
Já publicamos textos de diversas mulheres importantes como Débora Diniz, Nilcea Freire, Pitty, Samia Bonfim, Marielle Franco, Marina Silva, Leandra Leal entre muitas outras.
Entre 2016 e 2018, construímos iniciativas significativas junto a outras parceiras e parceiros, como o Mapa do Acolhimento, uma ferramenta de conexão entre vítimas da violência e terapeutas/ advogadas, presente em 590 municípios do Brasil; e também a plataforma #MeRepresenta, que nos ajudamos a criar junto com o VoteLGBT, a Rede Feminista de Juristas, Blogueiras Negras, Rede Nossas Cidades e outros, inovando em 2016 no match político entre candidatos e eleitores.
Nossa capacidade de articulação vai dos movimentos sociais ao entretenimento, da mídia mainstream até universidades e espaços de poder institucional. E isso fez com que o #AgoraÉQueSãoElas se tornasse uma referência na construção de pontes e novas narrativas na quarta onda feminista.
Seguimos na construção do novo normal. E você, segue a gente?
instagram: @agoraequesaoelas_
twitter: @AEQSE_
facebook: @AgoraEQueSaoElasblog