#AgoraÉQueSãoElas https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br Um espaço para mulheres em movimento Wed, 15 Apr 2020 11:52:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Não foi a primeira, mas com certeza foi a ultima https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/19/nao-foi-a-primeira-mas-com-certeza-foi-a-ultima/ https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/07/19/nao-foi-a-primeira-mas-com-certeza-foi-a-ultima/#respond Thu, 19 Jul 2018 19:59:59 +0000 https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/7c0de-deam-delegacia-mulher-1-320x213.jpg https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/?p=1516 por Kelly San

“Quando a experiência vivida da teorização está fundamentalmente ligada aos processos de auto-recuperarão, de libertação coletiva, não existe brecha entre a teoria e a prática”

Beel Hooks

Me chamo Kelly San, sou cria da Maré, historiadora da arte em formação pela UFRJ, entre outras tantas coisas. Tenho um filho chamado Gael, ele é a única coisa boa que tenho de um casamento abusivo que resisti por longos quatro anos.

Lembro como se fosse ontem da primeira vez que meu corpo foi lido como passivo de agressão física. Era uma noite em minha casa, onde amorosamente abri as portas para que pudéssemos construir nossa vida juntxs, e eu cozinhava um arroz. Um arroz que eu pedira a ele pra fazer, e que não fora preparado. Naquele dia, ele tinha me pedido para pegar um pendrive em um determinado lugar, e eu não achei. Cheguei em casa sem o pen drive e na expectativa de comer um arroz fresquinho que, lamentavelmente, não estava nem na idéia de ser feito. Tudo bem, acontece!, eu disse, já propondo: “Vamos pra cozinha agilizar, então?”.  Ao som de uma música que não me recordo, fui bailando no ritmo da comida que estava preparando, até ser questionada sobre não ter conseguido achar o tal do pendrive. Na tentativa de explicar o que havia acontecido fui duramente ofendida com insultos tais como: “estrupício, retardada, não serve pra nada, animal, doente e imbecil”. Não era primeira vez. Explodi, gritando: “Você não fez o arroz, e está tudo bem. Chega!”

O que parecia ser uma súplica de fim, foi só o começo. Ele me mandou “tomar no cu” e eu respondi “vai você”, e isso foi o suficiente para uma agressão física daquelas que não deixam marcas, mas que te destroem: um tapa no pescoço, bem forte, que me fez cair pra frente – até sinto arder enquanto escrevo. Em seguida, acuada e com dedo na minha cara, eu ouvi: “não se manda homem tomar no cu”. O que eu fiz? Me desculpei. E passei a noite sem acreditar no que havia acontecido.

No dia seguinte fui à delegacia da mulher, onde fui MUITO humilhada e até cheguei a ouvir, quando falei onde morava, que não seria possível mandar uma viatura na favela, pois não havia garantias de que o meu agressor não era um traficante. Depois dessas e muitas outras diferentes violências sofridas na delegacia da mulher, da Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, fui desencorajada a fazer o registro de ocorrência. Em casa, me sentindo culpada e sendo culpabilizada pelo meu agressor, que por sua vez, dizia que eu estava provocando nele uma conduta violenta, pedi desculpas. Continuei naquela relação, afinal de contas, a “responsabilidade de fazer dar certo era minha” e só fui ladeira abaixo: impedida de freqüentar a faculdade, xingada, humilhada em público, desqualificada, explorada, empurrada, sofria terror psicológico e até estupros – um, inclusive, quando eu ainda estava me recuperando de um parto normal, que chegou a romper um ponto interno.

Sem coragem de contar pra minha família, segui naquele casamento destrutivo e cada vez mais anulador da mulher incrível que hoje eu consigo enxergar que sou. Saí dessa relação depois de muitas outras violências e quando pensei estar livre de viver outra agressão…

Me envolvi com um menino que vi crescer a uma certa distância, e virou um homem que hoje tem 23 anos, cinco a menos que eu. Ele era tão interessante, divertido e cuidadoso. Não demorou muito para eu ficar apaixonada.

Entrei para o grupo de corrida voltado para o público feminino a fim de potencializar o empoderamento de mulheres na favela, do qual ele era treinador.  E tudo começou a não fazer mais sentido entre ele e eu. O que era doce ficou amargo. O cuidado se tornou maus tratos excessivos. O interesse se transformou em um desdenho sem razão,  onde toda hora me via questionando o porque de tanta mudança de comportamento, e a resposta era que estava “tudo bem”. Tentei, sem saber muito bem como, compreender e respeitar os espaços dele, afinal de contas, éramos meros “ficantes” e eu não tinha grandes acessos à sua vida.

Também era noite, e também lembro como se fosse ontem. Era um momento bom onde eu entendi que havia uma boa energia, e pedi para que ele me ensinasse umas técnicas de jiu-jitsu. Imobilizada e aos risos, pois era uma brincadeira, sinalizei que lhe daria um “jeb” e falei para que ele esquivasse, não sei bem como, mas o soco entrou na guarda dele deixando-o enfurecido. Levantei rapidamente, aos muitos pedidos de desculpas para pegar água pra ele e de costas recebi um soco na nuca e chute nas pernas que quase me fizeram cair. Ele se levantou, me chamando pra “brigar em pé” e foi a hora que eu me abaixei dizendo que não. Ele armou um soco dizendo que ia arrebentar minha cara, que me deixaria roxa. Me fechei, agachada no chão, com medo, e ele, desistindo do tal soco, seguiu com as agressões, me pegou pelos braços e começou um sexo forte e doloroso, nunca feito antes, que me deixou com muitos hematomas nas costas, na bunda, nos braços, uma mordida que demoraram longas quatro semanas pra desaparecer e a memória de mais um estupro. Desta vez, não tive coragem de ir a delegacia. Não queria novamente ser hostilizada. E só agora, depois de 8 meses, consegui procurar a ONG para reclamar essa agressão.

Saio dessa segunda experiência de agressão, com a sensação de que nós, enquanto sociedade, não temos medidas eficazes pra lidar com as estruturas operante do machismo em nenhuma escala. Ele existe, fere, anula… E a vítima muita das  vezes fica entre a culpa (por reivindicar uma punição efetiva) ou a passividade pedagógica (meu caso). Isso, falando de um lugar de exceção, pois, na maioria das vezes nossa única opção é a culpa e principalmente, o silêncio.

São dolorosos e duros os impactos que uma agressão tem em nossas vidas, trata-se de marcas que nunca vão nos deixar. Superamos, eu sei! Mas nunca esquecemos. É muito difícil perceber que você estava disposta a dar amor e recebeu violência, quando talvez, honestidade fosse o mais sensato, é duro perceber que o seu corpo foi lido como passivo de socos e chutes…

Diariamente muitas mulheres são agredidas e abusadas nos mais variáveis níveis e formas. Mensurar o impacto que essas violências causam em seus corpos e saúde mental é quase impossível e irreparável em muitos casos. Mas sigo acreditando no afeto e coletividade. Assim como iniciei, fecho com a nossa querida bell.

“teorias arraigadas na tentativa de compreender tanto a natureza da nossa situação atual quanto aos meios pelos quais podemos nos engajar numa resistência capaz de transformar nossa realidade”

Não estamos sozinhas, somos potências!

* Kelly San é mãe, estudante, mulher da favela e feminista

]]>
0
“A denúncia contra um ex obsessivo que tentou destruir minha carreira e meu trabalho” por Panmela Castro https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/20/denuncia-panmela-castro/ https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/20/denuncia-panmela-castro/#respond Wed, 20 Jun 2018 18:55:23 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/?p=1480
Recuperação do mural feita por Panmela Castro em 19 de outubro de 2017.

Por Panmela Castro*

Há dez anos eu iniciei o projeto que hoje se chama Graffiti Pelo Fim da Violência Contra a Mulher e é realizado pela Rede NAMI. No projeto visitamos escolas e comunidades e aplicamos uma metodologia onde conversamos sobre a Lei Maria da Penha e em seguida pintamos um mural temático com os participantes. Logo no início das primeiras oficinas, escutando a facilitadora falar sobre a violência doméstica, eu identifiquei que eu vivenciava uma relação abusiva.

Namorava há algum tempo um rapaz que também era grafiteiro e que por nunca ter me violentado fisicamente, eu pensava ser um cara legal. Com o aprendizado das oficinas, entendi que a agressão física não era o único tipo de violência doméstica, mas que existem outras ações mais sutis que podem ser tão devastadoras quanto um tapa na cara. Eu percebi que tudo o que meu ex chamava de cuidado e proteção, na verdade era controle: um sentimento de posse como se eu fosse mais um dos objetos pertencentes a ele e que tinha o direito de controlar o destino.

Me lembro que eu nunca podia participar de projetos ou pintar com outras pessoas sem que ele estivesse por perto ou desse seu consentimento. Era muito ciumento e por várias vezes me constrangia me acusando de estar “olhando para outros caras”. Nesta época, minha carreira como artista se encontrava completamente estagnada por falta de soberania.

Com muita resistência da parte dele eu rompi o relacionamento. Ainda me lembro de minha madrinha ir atrás de sua mãe pedindo que ela conversasse com ele para me deixasse em paz.  Liberta, logo minha carreira ascendeu, mas volta e meia eu recebia mensagens anônimas negativas e murais meus apareciam riscados com xingamentos. Eu ficava pensando o porquê disso já que eu não possuía embates com pessoas que poderiam chegar a tal ponto de obsessão, a não ser, ele… Ainda alguns me alertavam de vez em outra, para o fato de ele desqualificar o meu trabalho de arte diante do círculo profissional da área. Como minha carreira crescia verticalmente, fui deixando isso tudo para lá, e ignorando, até que, um dia no mês de julho de 2017, eu criei um mural que foi totalmente danificado com letras de graffiti que formavam o nome do meu ex: sua assinatura. A mesma simbologia que ele usava para espalhar sua tag pela cidade; a mesma que eu conservava em arquivo, dezenas de fotos na qual ele aparecia fazendo. Sequencialmente, comecei a receber mensagens postadas em meu Instagram com uma certa constância. Nessas mensagens o público dos meus fãs, patrocinadores, clientes e seguidores em geral eram expostos à xingamentos, ironias, desqualificações do meu trabalho e até mesmo graves acusações de crimes como assassinatos.

Grafiti feito por Panmela em 8 de julho 2017.

Reuni todo este material e busquei ajuda no CIAM e na NUDEM, ambos sem sucesso. Lá me desencorajaram a ir adiante, alegando que tais ações não se enquadravam em violência doméstica. Mas lendo e relendo a Lei Maria da Penha durante esses dez anos de trabalho, ninguém poderia tirar de mim a consciência dos meus direitos.

Eu poderia dissertar aqui sobre a violência psicológica e moral na qual estava passando, mas prefiro ir ao ponto que mais me prejudica: a violência patrimonial que é descrita no Artigo 7o : “entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades”. Desde que comecei a ser indenizada por marcas que usaram sem autorização a imagem dos meus murais públicos em suas propagandas, entendi que um graffiti mesmo na rua é meu patrimônio intelectual, garantido pela Lei de Direitos Autorais.

Rasura feita pelo ex-namorado de Panmela em 10 de julho de 2017.

Ainda a Lei Maria da Penha garante vínculo trabalhista à vítimas de violência doméstica, pois entre muitos casos, os companheiros e ex companheiro procuram os trabalhos das mulheres a fim que estas sejam mandadas embora e assim passarem por dificuldades financeiras. No meu caso eu não tenho vínculo empregatício, mas danificar meus murais é uma forma de me anular no trabalho já que empresas me contratam para revitalizar espaços e garantir sua permanência sem pichações e outras intervenções e enfim, quem vai querer contratar uma grafiteira que tem suas paredes detonadas?

Para que o meu caso não fosse mais um deixado de lado pelos órgãos públicos, Marielle Franco se ofereceu para me ajudar e com o apoio da advogada do seu gabinete, consegui fazer um BO na delegacia da mulher do centro, receber uma medida protetiva de afastamento, ser atendida pelo Núcleo Especial de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) que é o órgão da Defensoria Pública e ter meu processo aberto.

Hoje no Brasil estamos passando por um processo de perda de direitos e desmonte dos equipamentos que a Lei Maria da Penha nos garantia, e isso se apresentou ao receber a notícia de que o Juiz considerou que os fatos narrados por mim não sugerem risco à minha integridade psicofísica e que seria necessário perícias e provas a serem produzidas em ação civil. Uma das coisas que aprendi com as oficinas do meu projeto é que a violência doméstica acontece sem testemunhas e que um homem não pode decidir sobre como eu me sinto. Junto à minha defensora pública, pedi a reconsideração do processo. Refiz o meu mural e nele coloquei uma mensagem sobre as mulheres denunciarem e irem atrás de seus direitos juntamente com o número do ligue 180 que é canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população de mulheres em todo o país (a ligação é gratuita) e a partir disso recebi a seguinte mensagem do meu ex: “A Pessoa não precisa se identificar para rasurar essa bosta de grafite. É só jogar uma lata de tinta e eu quero ver vc usar essa merda de medida protetiva de bosta!”

Marielle foi assassinada e eu fiquei orfã de alguém que acreditou na gravidade do que estava acontecendo comigo.

No mês passado aconteceu um festival de graffiti no Rio, e o nome dele estava na lista dos artistas participantes. Comuniquei a produção que eles estavam se associando a um homem agressor de mulher. Logo o festival me comunicou o desejo de afastá-lo das atividades, mas retornando em seguida explicando que por uma questão contratual com um dos patrocinadores, não poderiam fazê-lo. Este patrocinador é uma marca de tinta que apoia o trabalho do meu ex agressor. Eu fico pensando, como uma cara que faz o que faz com as mulheres pode ser usado como exemplo para toda uma geração de novos artistas que irão crescer achando que violência contra mulher é normal? Como uma marca pode apoiar isso?

Cheguei a conclusão do quanto é importante que meu processo não seja mais um arquivado, pois sem esta condenação, apesar dos dois prêmios internacionais de direitos humanos que já recebi pelo meu trabalho com a Lei Maria da Penha e das diversas listas na mídia que ressaltam a minha relevância nesta luta, ainda assim eu poderia ser acusada de mentirosa, louca, e todos os demais adjetivos usados para desqualificar as mulheres quando elas fazem nada mais do que denunciarem o machismo, a violência e irem atrás de seus direitos básicos, como este de não ser agredida por uma pessoa com quem um dia elas dividiram a vida.

____________________________________________________________

*Panmela Castro é artista, feminista, grafiteira.

]]>
0
Paz e segurança para as mulheres latino-americanas https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/paz-e-seguranca-para-as-mulheres-latino-americanas/ https://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/paz-e-seguranca-para-as-mulheres-latino-americanas/#respond Tue, 19 Jun 2018 23:53:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/?p=1467

Por Maiara Folly, Luísa Lobato, Carol Viviana Porto,  Mariana Gomes da Rocha, Ana Paula Pellegrino e Renata Giannini.

Marielle cresceu na favela. Era mulher, negra, defensora dos direitos humanos. Com mais de 46 mil eleitores, tornou-se a quinta vereadora mais votada do Rio. Aos 39 anos, foi brutalmente assassinadaNorma vivia em El Salvador quando foi sequestrada por uma gangue. Após ter sido estuprada por cada um dos quatro integrantes, foi jogada em uma lata de lixo. Maria enfrentou 5 mil quilômetros para cruzar a fronteira da Venezuela com Roraima e fugir da miséria que afeta seu país de origem. Ao chegar ao Brasil, foi esfaqueada e perdeu parte dos movimentos.

 

Marielle, Norma e Maria sofreram as consequências de viver na região mais violenta do mundo para as mulheres. A predominância histórica da cultura machista, somada aos altos índices de violência e desigualdade socioeconômica contribuem para agravar esse quadro. Entre os 25 países do mundo com as taxas mais elevadas de feminicídio, 14 estão na América Latina e no Caribe, que também concentram a maior taxa do planeta de violência sexual contra as mulheres fora de um relacionamento e a segunda maior por parte do parceiro atual ou anterior.

 

Embora 16 países da região tenham aprovado leis que tipificam o feminicídio e desenvolvido programas e políticas para as mulheres, os esforços são insuficientes para proteger as cidadãs latino-americanas e caribenhas. Mesmo quando os abusos são reportados, os programas nacionais de proteção são escassos, ou possuem baixo investimento público e, consequentemente, não conseguem garantir a integridade física e/ou psicológica das vítimas.

 

Para contornar o quadro de impunidade e violência generalizada contra mulheres e meninas ao redor do mundo, desde o ano 2000, a ONU tem promovido a agenda sobre Mulheres, Paz e Segurança (MPS), que reconhece as mulheres não apenas como vítimas mas incentiva seu potencial como construtoras da paz.

 

Apesar dos epidêmicos índices de violência que afetam as mulheres e meninas da região, o envolvimento de governos latino-americanos com a agenda MPS continua limitado e, quando existente, focado na promoção de uma abordagem de gênero nas políticas de defesa e de relações exteriores. Como consequência, a agenda pouco reflete os desafios e ameaças confrontados por mulheres dentro de seus respectivos países.

 

É importante que os governos e a sociedade civil de países latino-americanos se engajem mais ativamente com a agenda MPS. Isso permitirá, por exemplo, promover a maior participação de mulheres nas forças policiais e no sistema de justiça criminal desses países, além da inclusão de aspectos de gênero em políticas de segurança pública, em especial aquelas voltadas para a redução da violência letal.

 

A agenda Mulheres, Paz e Segurança pode ajudar a reduzir as estruturas de desigualdade que agravam o quadro de violência contra mulheres na região. Além de fortalecer uma visão de impunidade zero, pode ter papel fundamental no fomento à participação das próprias mulheres na criação de soluções para dar fim ao ciclo violento que as afeta diariamente. Assim, a consolidação dessa agenda pode representar um importante passo para que não precisemos voltar a perguntar: Quantas mais vão precisar morrer para essa guerra acabar?

 

Marielle, Norma, Maria, presentes.

 


Maiara Folly, Luísa Lobato, Carol Viviana Porto,  Mariana Gomes da Rocha, Ana Paula Pellegrino e Renata Giannini são pesquisadoras do Instituto Igarapé.

]]>
0