Bancada Ativista: O que querem as mulheres na Política em 2018?

#AgoraÉQueSãoElas

*Por Bancada Ativista


Recentemente vimos um grupo surgir nas redes sociais com mais de 2 milhões de mulheres e um único propósito:
“impedir que Bolsonaro ou qualquer outro projeto que queira retirar os nossos direitos avance”. Posterior a isso dezenas de manifestações foram marcadas e se multiplicaram por todos país, demonstrando que a disputa política que hoje polariza a nossa sociedade saiu do espaço virtual para ocupar as ruas, onde as mulheres também foram protagonistas de diversas lutas no último período, derrotando Eduardo Cunha na primavera feminista, ocupando escolas, negando as velhas estruturas de poder engessadas e corruptas, assim como criticando também os métodos da própria esquerda, de fazer política a partir de seus aparatos e sindicatos, mostrando que uma nova alternativa para o Brasil virá obrigatoriamente das ruas e da luta junto ao movimento de mulheres.

Ao enfrentar Bolsonaro, o que as mulheres estão dizendo é que não mais aceitaremos governos que estejam de costas para as nossas demandas e interesses, ou mesmo que as usem para ganhar votos. Estamos buscando pessoas que nos representem na forma de fazer e também nos seus projetos: queremos pessoas eleitas que tenham coragem de levar adiante, por exemplo, o combate a cultura do estupro e qualquer tipo de violência contra a mulher, a defesa da aplicação integral da Lei Maria da Penha, a inclusão do debate de gênero na educação, cotas de 50% de mulheres nos parlamentos ou mesmo que lutem por igualdade salarial entre os gêneros.

Assim como Marielle Franco, enfrentamos todos os dias as contradições de uma sociedade preconceituosa, racista e patriarcal, em que impera a ausência de políticas voltada para as mulheres. Vale lembrar que já se somam 6 meses da execução dessa lutadora, assassinada por ser negra, favelada, socialista e mulher sem medo de enfrentar a classe de políticos profissionais do estado do Rio de Janeiro, o mesmo lugar de onde vem Jair Bolsonaro e onde reina a violência, corrupção e ausência total do poder público.

Vivemos uma completa falta de democracia na sociedade brasileira que expõem a falência das instituições de poder, ocupadas por homens, brancos, cis gênero, mais velhos e cheios de privilégios, muito distantes da realidade da maior parte da população principalmente das mulheres e da juventude.

Impulsionadas por essa falta de representatividade nos espaços de poder, e pela crise econômica que retira direitos dos setores mais vulneráveis que as mulheres têm se organizado, entendendo que sofremos diferentes opressões em vários graus de intensidade relacionados diretamente a questões de raça, gênero e classe. É com esse espírito que as mulheres da Bancada Ativista estão reunidas. É a partir do olhar feminista que entre nós está representada a luta das mães, das causas ambientais, indígenas, transexuais, negritude, cultura, animalista e pela educação. Estamos nos propondo a levar para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo um jeito novo de fazer política, não só mais representativo, mas muito mais justo, solidário, horizontal e democrático, com atuação pautada na participação direta das pessoas.

“Somos mulheres comuns, indignadas com a política, que decidiram se organizar para ocupá-la e fazer diferente.”

Monica Seixas, feminista negra, moradora de Itu, jornalista e co-candidata a Deputada Estadual pela Bancada Ativista com

Erika Hilton, travesti, negra, estudante de gerontologia em São Carlos;

Chirley Pankará, Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, professora na Aldeia Jaraguá;

Anne Rammi, mãe feminista e ativista das maternidades e infâncias;

Raquel Marques, sanitarista, doutora da Faculdade de Medicina da USP, presidenta da ONG Artemis;

Paula Aparecida, professora da Rede Pública Estadual na Zona Norte de São Paulo;

Claudia Visoni, agricultora urbana e permacultora.